Ágora (IV) - promessas eleitorais
Comparar o não cumprimento da promessa de não aumentar os impostos com o cumprimento de levar a IVG a referendo é tão absurdo como misturar questões económicas com questões político-morais
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Muito se tem elogiado a decisão de Sócrates em não ter avançado com uma proposta em AR para a questão da IVG (interrupção voluntária da gravidez), uma vez que havia prometido a realização de um referendo.
Por outro lado, entre outras promessas não cumpridas, a do não aumento dos impostos tem sido a mais contestada, bem como a questão dos estudos para avançar com a nova idade da reforma.
Ora as duas coisas (IVG e impostos) são muito diferentes. Embora sendo ambas as decisões políticas, os impostos são aqueles onde haveria menos margem de manobra. Bem sei que se poderia ter tentado optar por outras medidas como mais cortes na despesa, outro tipo de impostos, etc. Mas falando em termos económicos, e no que respeita ao cumprimento de metas perante a UE, o aumento seria inevitável e, deste modo, deveria ser aceitável o aumento até por um pseudo-desconhecimento do "real" valor do défice.
Já a IVG seria sempre uma questão meramente política. Se considerarmos que o PS, BE e PCP e até mesmo parte do PSD são a favor da IVG, se aceitarmos que os cidadãos votaram nos "programas" destes partidos sabendo da sua vontade e posição, porque não avançar com uma proposta em AR. A promessa de referendo foi um "chuta para canto" de Sócrates para não ter a chatice de enfrentar mais uns quantos sectores da sociedade portuguesa, com a Igreja Católica à cabeça.
Se Sócrates avançasse com uma proposta seria um exemplo claro de coragem política. Mesmo quebrando uma promessa, a do referendo, o eleitorado sabia, sabe e conhece a posição global do PS sobre esta matéria.
Se os impostos eram um imperativo conjuntural e económico, já a questão da IVG é uma decisão "meramente" política.
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Muito se tem elogiado a decisão de Sócrates em não ter avançado com uma proposta em AR para a questão da IVG (interrupção voluntária da gravidez), uma vez que havia prometido a realização de um referendo.
Por outro lado, entre outras promessas não cumpridas, a do não aumento dos impostos tem sido a mais contestada, bem como a questão dos estudos para avançar com a nova idade da reforma.
Ora as duas coisas (IVG e impostos) são muito diferentes. Embora sendo ambas as decisões políticas, os impostos são aqueles onde haveria menos margem de manobra. Bem sei que se poderia ter tentado optar por outras medidas como mais cortes na despesa, outro tipo de impostos, etc. Mas falando em termos económicos, e no que respeita ao cumprimento de metas perante a UE, o aumento seria inevitável e, deste modo, deveria ser aceitável o aumento até por um pseudo-desconhecimento do "real" valor do défice.
Já a IVG seria sempre uma questão meramente política. Se considerarmos que o PS, BE e PCP e até mesmo parte do PSD são a favor da IVG, se aceitarmos que os cidadãos votaram nos "programas" destes partidos sabendo da sua vontade e posição, porque não avançar com uma proposta em AR. A promessa de referendo foi um "chuta para canto" de Sócrates para não ter a chatice de enfrentar mais uns quantos sectores da sociedade portuguesa, com a Igreja Católica à cabeça.
Se Sócrates avançasse com uma proposta seria um exemplo claro de coragem política. Mesmo quebrando uma promessa, a do referendo, o eleitorado sabia, sabe e conhece a posição global do PS sobre esta matéria.
Se os impostos eram um imperativo conjuntural e económico, já a questão da IVG é uma decisão "meramente" política.
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